About

eXTReMe Tracker

terça-feira, 22 de maio de 2012

Fotos Profissionais com Câmeras Amadoras

As boas fotografias não são exclusivas daqueles que têm as melhores câmeras e, sim, dos que tem a capacidade de ir além do limite do que se enxerga com os olhos. Como as demais artes, na fotografia a sensibilidade pode superar qualquer técnica, possibilitando ao artista expressar-se até mesmo com uma caixa de fósforos ou lata de leite.
É por essa competência que o fotógrafo vem em primeiro lugar, antes de qualquer aparelho ou acessório. No entanto, a capacidade que as câmeras digitais de hoje oferecem é desperdiçada se o autor da foto não souber a diferença entre "tirar" e "fazer" fotografia, fazendo do resultado uma mera imagem revelada.
Aos que desconhecem, "tirar" resume-se apenas em apertar o botão, sem haver nenhuma percepção do ambiente registrado. Para essa ação, não precisa ser profissional, tampouco ter muitos anos de vida - as crianças já fazem isso, principalmente tendo em mãos as câmeras digitais.
Para "fazer" uma foto, lentes profissionais, além do conhecimento teórico e prático, auxiliam para atingir os efeitos almejados. Porém, a sensibilidade já é um bom começo aos que estão iniciando nessa jornada, e isso pode ser conseguido mesmo com um eletrônico compacto.
"Se partimos da afirmação de que, quando se trabalha com arte e expressão, ´tudo é subjetivo´, se pode sim fazer fotografias maravilhosas com as cyber-shots, não com qualidade profissional, mas fotografias de conceito e com muita harmonia visual", afirma o fotógrafo Marko Montenegro.

Saia do automático
Os aparelhos simples limitam as experimentações, mas não deixam de liberar algumas ferramentas para aqueles que querem extrapolar a função automática das câmeras digitais.
O controle de exposição de luz EV, por exemplo, é um dos únicos atalhos que o usuário pode explorar à vontade. Por meio de uma régua, a foto pode alternar sua característica habitual, nomeada de ideal e localizada no ponto zero, para uma posição sub-exposta (a imagem fica mais escura) ou super-exposta (a imagem fica mais clara). Para Marko, não há retrato mais bonito de pôr-do-sol do que a foto tirada com a régua estando no -2. As cores ficam mais intensas e a beleza da ocasião é realçada.

Saia do meio
Outra dica dada pelos profissionais é fugir da ideia de que colocar o objeto fotografado no meio da lente é a melhor opção. Para eles, a "Regra dos Terços" é uma excelente alternativa para obter um bom resultado.
A ideia baseia-se em criar duas linhas imaginárias horizontais e duas verticais, que se entrecruzam no plano que será fotografado. O indicado é colocar o objeto nas junções das faixas, chamadas de "pontos de ouro".
Segundo Marko, quem utilizou claramente essa composição em suas fotografias foi o francês Henri Cartier Bresson, conhecido, dentre suas inúmeras produções, pela foto de um homem em uma estação de trem de Paris, que parece estar caminhando sobre a água.
Depois de assimilada essa lição, o fotógrafo pode optar em usá-la em outros formatos. Porém, é importante que o usuário esteja consciente do resultado, procurando ainda ir além do limite dos olhos.
Para Marko, abaixar ou elevar um pouco a câmera às vezes é o suficiente para tornar um foto comum em algo mais especial. É importante experimentar, ir além do óbvio.

Uma mãozinha
Um dos vilões dos fotógrafos de câmeras amadoras são os ambientes escuros. Na hora de fotografar em ambientes com pouca luminosidade, o tripé torna-se um grande aliado para um bom resultado de imagem, principalmente quando não é usado o flash. A fotografia não fica tremida e as luzes artificiais captadas não viram fachos luminosos em movimento.
Para quem não tem à disposição esse artifício, apoiar o braço em uma mesa, por exemplo, também é uma boa saída. Para essa opção, vale acrescentar ainda o auxílio da alça da câmera. Aos que, por vezes, ignoram esse acessório, trata-se do fio de proteção do aparelho para evitar quedas, mas também funciona como ponto de apoio nas fotografia, podendo ser enlaçada no pulso ou no ombro, dependendo da ocasião e do tipo de movimentação na hora do registro.

Conteúdo gratuito
Os conceitos básicos de fotografia para usuários de câmeras digitais amadoras fazem parte do trabalho educativo feito pelo fotógrafo Marko Montenegro, diretor da escola de fotografia Travessa da Imagem, que oferece cursos sobre o tema. Neste mês de maio, Marko Montenegro realizou uma série de workshops gratuitos na loja Ibyte, em Fortaleza, com a participação de quase 230 inscritos.

Uma travessa de conteúdo
A Travessa da Imagem foi aberta no ano passado como uma opção aos amantes e profissionais do ramo da fotografia interessados em estudar e desfrutar um pouco mais dessa arte. O espaço era usado anteriormente como produtora fotográfica e audiovisual, mas agora abarca onze cursos, que tem previsão para iniciar novas turmas em julho deste ano. O custo depende do módulo escolhido. Há opções a partir de R$ 450.
A criação da escola deu-se pelo fato de Montenegro ter observado uma escassez de locais com cursos específicos e avançados voltados à fotografia. "É um espaço contemporâneo onde o ensino da fotografia se funde a um laboratório de fotografia preto e branco, galerias especializadas em fotografia, um lounge, uma biblioteca com mais de 300 livros de fotografia e arte, um café bistrô, um moderno estúdio fotográfico e ainda uma área de encontro para grupo de estudo e muita música ao vivo", propaga o fotógrafo.

Dicas

Leia sempre o manual:
 Ele permite que o usuário consiga saber quais são os limites da câmera.
Use a alça de proteção: Isso ajuda como ponto de apoio para fotografar e garante mais segurança, evitando possíveis quedas.
Evite usar o zoom digital: Apenas o zoom óptico garante manter a qualidade da fotografia.
Flash em último caso: Essa ferramenta deve ser utilizada como luz secundária e não como fonte principal. Em caso de uso, prefira o modo SL, que permite deixar o fundo nítido e não somente as pessoas (para acionar é só pressionar continuamente no botão de disparo).
Procure um apoio: Um tripé ou um batente para apoiar o braço são requisitos básicos para não tremer e não prejudicar o uso da luz ambiente, sem uso de flash, durante a noite ou espaço com pouco luminosidade.
Fuja do meio: Procure usar a regra dos terços, aproveitando os "pontos de ouro", na hora de fotografar. Colocar o objeto no centro da foto é indicado apenas em casos de simetria, utilizando o peso visual. Corra também do óbvio de colocar a câmera na altura dos olhos.

Fonte:
Diário do Nordeste
Escola Travessa da Imagem


0 comentários:

Postar um comentário

Compartilhar

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More