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domingo, 5 de fevereiro de 2012

O QUE VOCÊ FAZ:

Fotografia ou Fotologia?
Muitos fotógrafos já responderam fotografia, talvez por falta de conhecimento. A verdade é que há uma grande diferença entre as duas denominações. Elas estão diretamente ligadas à fotografia digital e à fotografia analógica.
No final da década de 1960, o laboratório Bell (AT&T) criou o primeiro “chip” sensível à luz, posteriormente aperfeiçoado e transformado em CCD (Charged Couple Device) pelos cientistas Willard Boyle e George Smith, datando desse momento os primeiros passos da fografia digital.
A Partir disso, podemos começar a tirar a dúvida levantada na pergunta acima. Por definição, a palavra FOTOGRAFIA significa: foto = luz;  grafia = escrever/desenhar. Será essa a atividade que realmente desenvolvemos hoje em dia, com os nossos equipamentos digitais? Analisemos friamente e cientificamente a situação.
A FOTOGRAFIA consiste em um processo no qual a luz atravessa a lente da câmera e sensibiliza a película (negativo), que possui três ou mais camadas de emulsões. O negativo detém as principais características como as cores, profundidade, foco e todas as demais informações pertinentes àquela imagem retratada. O negativo, então, é  levado a uma câmara escura e passa por um processo químico, no qual depois, exposto a uma luz (verde/azul/vermelha), acaba por sensibilizar e gravar a  imagem captada no papel fotográfico especial, composto de haletos de prata.
Atualmente, as máquinas digitais (disse máquinas, e não câmaras) funcionam dessa maneira: a luz atravessa a lente, que é encaminhada aos micro-transmissores do CCD, que são processadores capazes de transformar a luz em energia elétrica. Feito isso, os impulsos elétricos são encaminhados a um conversor analógico-digital, que numera a informação em código binário e a armazena em um cartão digital. Esse processo é denominado FOTOLOGIA.
É com base nessa explicação que se pode dizer que o equipamento digital utilizado atualmente não é uma câmara, e sim uma máquina! Câmaras são as analógicas, que possuem em seu interior um “pequeno quarto escuro”, que possibilita a entrada da luz pelo obturador, gravando a imagem no filme fotográfico. No sistema digital, temos máquinas que processam eletronicamente toda a informação captada que, posteriormente, é transformada em imagem.
Sem dúvida trata-se de um tema complexo e divergente entre a grande maioria dos fotógrafos que utilizam o sistema digital, contra os poucos que ainda se mantêm apegados ao analógico. Profissionalmente não há dúvida sobre qual sistema utilizar. A possibilidade de ver no mesmo instante a fotografia retratada e a ausência de necessidade de usar um sistema laboratorial com produtos químicos para a revelação e de custo elevado aponta o sistema digital como o preferido pelos profissionais e praticamente deixa o analógico como um mero “hobby”.
E quanto a qualidade da fotografia?
Para os que curtem a fotografia analógica, trata-se de outro ponto a ser discutido. Para esse grupo, o trabalho feito por impressoras com jato de tinta jamais terá a mesma qualidade da imagem gravada no papel, processada no sistema químico/analógico. A opinião dos  “analógicos” é que a fotografia impressa é uma pintura, feita  com a sobreposição de “pingos” de tinta até o encontro da tonalidade ideal das cores feitas pelas impressoras, enquanto as analógicas gravam no papel fotográfico “moléculas” de cores, gerando uma resolução ímpar e inigalável quanto à sua qualidade.
O argumento defendido pelos “digitais”, e que hoje faz parte da rotina de qualquer fotógrafo profissional, é o uso dos programas de pós-produção de imagens. Se por algum motivo sua fotografia perdeu alguma propriedade visual, por meio desses programas é possível editá-las e fazer com que alcancem melhor qualidade, totalmente verossímil com o objetivo retratado.
Vale lembrar que, na ralidade, quem faz a “fotografia perfeita” é o profissional fotógrafo/fotólogo, e não a câmera/máquina. Quando se deixa de lado a morfologia dos termos, nos damos conta que ambas são atividades prazerosas e praticadas exaustivamente pelos amantes, sejam profissionais, amadores, digitais ou analógicos.
O importante é levar adiante a paixão que se tem por essa arte e tentar sempre, por meio da objetiva de sua câmera, transmitir e relatar todas as emoções, eternizando os grandes momentos da vida.
Bons cliques!
Aírton Porto: Texto retirado da revista Fotomania, nº 10

1 comentários:

Airton, gostei muito deste texto.

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